Graça e paz amados irmãos.
Está é uma pergunta que devemos nos fazer todos os dias, nós cristãos precisamos estar sempre atentos para com nossos atos, nossa conduta, nosso modo de viver, os exemplos que passamos, enfim, a forma que conduzimos nossa vida é de vital importância para que tenhamos uma resposta afirmativa para esta pergunta.
O problema, é que não adianta todos os dias nossa consciência responder afirmativamente, esta não é uma questão de âmbito pessoal, de nada adianta eu e você estarmos preparados, é muito mais amplo, uma noiva preparada não se caracteriza pela unha pintada ou o cabelo penteado. Ela se caracteriza pela entrada triunfal, com toda a indumentária, coração e espírito preparados, para se entregar ao noivo que ansiosamente a aguarda. Isso quer dizer que a igreja deve estar pronta, não um ou outro membro, um ou outro grupo, uma ou outra denominação, é toda a igreja de Cristo, sem exceção, todos nós que formamos o corpo de Cristo.
O apostolo Paulo nos exorta em: Ef 5:27. “Para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”.
E então? Será que nossa igreja hoje vive um estagio semelhante a este que Paulo narra em sua carta aos Efésios? Infelizmente temo que não. Nossa atual situação não é nada animadora. Estamos longe de comungarmos com as palavras de Paulo. Da igreja primitiva contada por Lucas em Atos dos Apóstolos, não somos nem sombra. Vivemos um momento crucial em nossa igreja, a impressão é que está tudo pronto para o casamento, o noivo já aguarda no altar, e a noiva ainda está dormindo.
Temos um noivo que por amor deu sua vida, que entregou-se a si mesmo para que esta noiva fosse restaurada. Deu o seu sangue para que a noiva se purificasse e fosse aceita por seu Pai como co-herdeira de seu reino. E o Pai, ainda concedeu a ela, mesmo antes do casamento, todo amor, toda a graça e todos os privilégios de filha, não de nora.
Nos casamentos antigos, era exigido por parte do noivo, um dote para compensar as vantagens oferecidas. Qual seria o dote exigido à noiva para selar este compromisso? No meu entender seria algo impagável, levando em conta o que o noivo oferece. Mais o noivo, provando novamente o seu amor, e o desejo de reconciliação da noiva com o seu Pai, pediu um dote totalmente possível.
Primeiro: Ele nos ordenou dois mandamentos, narrados assim no evangelho segundo Mt 22:36-40:“Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”.
Bom isso parece fácil, levando em conta que o amor é um Don que vem de Deus, e é nos dado pelo Espírito Santo, além do mais o conceito que talvez tenhamos sobre o amor é que ele é um sentimento nobre, nos deixa felizes em paz, uma verdadeira maravilha. Isso tudo é verdade, o amor enquanto sentimento nos dá muito prazer e alegria, podemos vê-lo cantado em verso e em prosa por todos os grandes poetas. No entanto o amor enquanto Don nos oferece todas essas vantagens, mais também nos cobra outras tantas.
O amor que devemos ter é aquele demonstrado por Cristo na cruz, e que tanto nos constrange, pois ele nos ordenou que amassemos o próximo como a nós mesmos, no entanto amou a humanidade mais que a si próprio com seu sacrifício vicário. Quando fazemos o que nos é ordenado estamos apenas cumprindo com nossa obrigação. Temos que esforçar mais para fazermos além de nossa obrigação, como no exemplo que Jesus deixou dando sua vida por nós, ele nos amou mais que a si mesmo.
Nos dias de hoje, vemos todas as grandes empresas pregando gestão de excelência, no atendimento, na fabricação na administração etc. Paulo termina o capítulo doze da primeira epístola aos Coríntios falando que o amor é “um caminho ainda mais excelente”. Paulo como homem culto que era, já naquela época, sabia que devemos agir com excelência. Devemos amar com excelência, e ele nos ensina isso por todo o capítulo treze.
O que seria amar com excelência? Isto seria amar como Jesus nos amou, amar verdadeiramente, amar com desprendimento, amar acima de tudo, estarmos sempre cheios do amor de Deus. Ele é como um rio que nasce em Deus, e não podemos rete-lo, ele passa por nós, nos abençoa, e devemos fazer com que ele flua através de nós para abençoar a todos que se aproximam. Temos que ver o amor como uma estrada de mão única, onde amamos o outro independente do que ele sinta por nós. Amar a quem nos ama é muito fácil, isso não é doação, é troca. Qualquer um pode fazê-lo. Devemos amar nossos inimigos, amar quem nos fez mal, amar os perdidos e lutar pela sua reconciliação com Deus.
Jesus fala conosco através da parábola do bom Samaritano, e mostra que o amor também é uma questão de atitude. Não interessa o que somos, mais sim como agimos, nesta parábola as pessoas mais indicadas para ajudar o próximo não fizeram nada, e o Samaritano que era mais improvável demonstrou grande amor. Não importa nossos títulos, nossas funções, nossa condição financeira, não adianta sermos crentes, o que vale é nosso ato de amor, no momento certo, na hora que alguém precisar. O pão a quem tiver fome, o agasalho a quem tiver frio, a água a quem tiver sede, o consolo a quem estiver aflito etc. Foi isso que Cristo ensinou. Não basta quando tiver comida sobrando sair procurando alguém com fome, tenho que oferecer meu único pão se por acaso encontrar alguém com fome. Foi o que Jesus fez, deu sua vida para que nós pudéssemos viver.
Outra coisa que devemos estar atentos é o amor dentro da igreja. Se olharmos bem veremos uma noiva esquartejada. Será que Cristo, depois de tudo que fez por nós merece uma noiva toda desfigurada? Acho que todos concordam que não, mais não adianta concordar temos que agir. Creio que a grande variedade de denominações se deve a multiforme sabedoria de Deus. Mais não podemos também tapar o sol com peneira, sabemos de grandes dissensões dentro da igreja, muitas denominações são criadas, não a partir de revelações, ideais ou convicções teológicas, mais a partir de brigas, muitas vezes por motivos banais. Como a irmã pode ou não usar maquiagem, o irmão usa calça jeans ou terno e por ai vai.
Meus irmãos, não podemos deixar que isto aconteça, a noiva é uma só, temos que ter união, mesmo com algumas diferenças elas tem que ser saudáveis, se servimos o mesmo Deus e trabalhamos em prol do mesmo reino temos que manter a unidade. Isso é amor, temos que amar uns aos outros. Como a palavra de Deus nos diz que também devemos carregar os fardos uns dos outros. Você acha que o Rei dos Reis virá buscar uma noiva toda despedaçada? Seu amor e misericórdia são infinitos, mais você acha que ele merece isso?
Outro caminho que devemos seguir, e que deve derivar do amor é o perdão, o perdão puro sincero e com amor, não adianta um perdão por comodismo, ele tem que partir do fundo da alma. O perdão pode ser considerado uma grande arma que não deve faltar no arsenal do cristão, quando é liberado, alivia a alma de quem perdoa e da paz a quem é perdoado. Jesus nos fala sobre isso em Mt 6:14-15 “Porque, se perdoardes ao homens as suas ofensas, também vosso pai celestial vos perdoará a vos; se porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai não perdoará as vossas ofensas”.
É uma condição, não uma orientação. È impossível manter a unidade na igreja sem o perdão. O melhor caminho é enxergarmos os irmãos como gostaríamos que nos enxergassem. Como seres humanos cheios de falhas, assim diminuiriam as expectativas, e por conseqüência as decepções seriam menores, minimizando a necessidade de perdão. Paulo Também no orienta em: Cl 3:12-14 “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição”.
Portanto irmãos, o amor ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo, acima de tudo, e o amor ao próximo, incondicional e até maior que a nós mesmos são requisitos vitais para uma noiva bem preparada.
Segundo: Jesus é muito claro quando nos fala em: Mt 16:24 “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Talvez seja uma palavra um pouco dura, mais é a condição, se fugirmos dela estaremos negando a Cristo. Por outro lado Ele não está convidando nem forçando ninguém a segui-lo, Ele disse “se alguém quer”. Muitas vezes Jesus nos fala por parábolas, outras vezes nas entrelinhas, neste texto não há o que discutir, é muito claro, você não é obrigado, mais se esta for sua opção estará aceitando a condição pré-estabelecida.
Você deve renunciar a tudo que não provem de Deus. Deve renunciar a sua vida, a sua carne, a seus desejos e ao pecado. Deve negar a sua vontade, entregar sua vida nas mãos de Deus, pois só prevalecerá a Sua vontade. Você não mais controlará sua vida, ela será dirigida pelo Espírito Santo.
“Tome a sua cruz”, aceite os propósitos que Deus tem para você, muitas vezes eles se tornam muito pesados, mais temos que persistir, Ele estará sempre do seu lado mesmo que não perceba, devemos servir a Deus mesmo que o fardo pareça pesado, ele esta no controle. Não murmure, não questione pois Ele sabe o que faz, conhece sua força e seu futuro, sabe o que é melhor. A cruz deve ser encarada como uma honra, pois servir a Deus para nós é a maior das honras. Ele não precisa de nós, se não quisermos a cruz ele honra outro mais sua obra não ficará sem fazer.
A igreja primitiva tinha muito poder, mais a entrega era total, todos levavam sua Cruz com prazer, podemos ver isso em: At 5:40-41 “Eles foram convencidos pelo discurso de Gamaliel. Chamaram os apóstolos e mandaram açoitá-los. Depois, ordenaram-lhes que não falassem no nome de Jesus e os deixaram sair em liberdade. Os apóstolos saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome”. Quantos de nós faríamos isso nos dias de hoje? É uma pergunta difícil de ser respondida. No entanto precisamos nos posicionar, é isso que qualquer noivo espera de sua noiva, posição atitude.
Jesus nos ensina também através da parábola da casa edificada na rocha e a casa edificada na areia, narrada em: Mt 7:24-27. Podemos ver ali que a casa edificada na rocha nunca cai, e a casa edificada na areia cai na primeira chuva.
Nestes dias de hoje precisamos ter muito cuidado ao edificar nossa fé. Ser evangélico está na moda, é chique, Deus é eterno e constante, portanto livre de modismos. Não que seja mal, mais é muito perigoso. Eu mesmo que me converti há poucos meses, talvez tenha entrado nessa onda, no entanto tenho procurado pessoas serias e comprometidas com a palavra de Deus para me orientar, e tenho certeza que estou edificando minha fé na rocha.
Infelizmente tenho visto muitos irmãos seguindo por caminhos que certamente os levarão a edificar sua fé na areia. Muitos por ignorância, necessidade, outros que não entenderam nada da palavra de Deus, mais muitos também por ganância.
Vemos um evangelho sendo pregado por ai que valoriza mais o ter que o ser, servindo a mamom em nome de Deus. A dita teologia da prosperidade que se alastra numa velocidade incrível, ainda mais em época de crise econômica. Temos também a tal da confissão positiva, sempre valorizando mais a criatura que o criador. E muitas outras doutrinas vans que só fazem desvirtuar a noiva de Cristo.
Ai você me diz: Eu venho cumprindo tudo isso que foi dito, eu estou limpo. Muito bem, então Deus já o preparou, você está pronto para lutar, apto a ajudar na preparação da noiva. Pois também foi dito que a noiva é um todo e precisa estar unida. Para que isso aconteça temos que sair para a batalha, evangelizar, buscar os perdidos, os desviados. Pregar a palavra, orar sem cessar, procurar aprender e ensinar o que aprendemos, cuidar dos irmãos mais fracos para que não se desviem, promover a paz, estarmos convictos na doutrina de nossa denominação mais promover a união de todas pois o objetivo deve ser o mesmo. Lutar contra as vans doutrinas, mais no entanto interceder pelos seus praticantes, para que reconheçam o seu erro se arrependam e engrossem nossas fileiras. No objetivo de preparar a noiva, “Para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”. Ef 5:27.
Você poderá me dizer, esta luta é muito grande, eu te digo temos que ser o João Batista de hoje, como disse Mc 1:3 “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. Quando acharmos que estamos sozinhos temos que continuar gritando, mesmo que seja um clamor no deserto. E finalmente quando a noiva estiver preparada.
Então poderemos dizer como em Ap 19:7 “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se preparou”.
Em Cristo:
Amarildo.