segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Zabaleens, um exemplo de perseverança.


Perto das pirâmides de Gizé, principal ponto turístico do Egito, fica escondida a Cidade do Lixo. Encravada no meio da montanha de Mokattam, a cidade é lar dos Zabaleens - grupo isolado do resto da sociedade e responsável pela coleta e reciclagem de 90% do lixo produzido na capital. Inspirados na história dessas pessoas e na relação de identificação com o lixo, dois fotógrafos registraram imagens chocantes de um lugar repugnante para alguns e impressionante para outros.

Os Zabaleens correspondem à minoria cristã do país e sobrevivem do que conseguem coletar nas ruas das cidades. Tudo o que é recolhido das casas e prédios do Cairo é levado para a Cidade do Lixo, onde cada material ganha sua destinação adequada. O que pode, é reaproveitado, o que não pode, é reciclado. Já os restos orgânicos são utilizados para queima e geração de energia, ou então é jogado aos porcos que se encarregam de dar fim ao "lixo".

Lá os moradores convivem com o lixo com a naturalidade. A montanha Mokattam, que significa "montanha partida", foi ocupada no século 10, quando, segundo uma lenda local, o lugar foi palco de um milagre: desafiados a provarem o poder da sua religião sob pena de serem expulsos do país ou mortos, os cristãos abriram a montanha usando apenas a força da fé.

Mesmo separados em locais distintos, a população cristã e o governo egípcio mantém confrontos até os dias de hoje. O último aconteceu em abril do ano passado, quando o presidente Hosni Mubarak ordenou que todos os porcos de Mokattam (cerca de 350 mil) fossem sacrificados alegando o risco da contaminação da gripe suína.

Mesmo com a confirmação da Organização Mundial da Saúde de que os animais não transmitiam a doença, a matança não parou. Os Zabaleens protestaram, alegando que os animais eram vitais para o processo de eliminação do lixo orgânico e acusou o governo de exterminar os porcos por sua carne ser proibida entre os muçulmanos. Como resposta, os catadores deixaram de coletar o lixo orgânico do Cairo que logo começou a se acumular nas ruas da cidade.

E essa não foi a primeira vez que problemas políticos causaram queixa na população dos Zabaleens. Em 2003, empresas particulares foram contratadas para fazer a limpeza no Cairo e os Zabaleens viram seu meio de vida sendo levado embora pelos caminhões de lixo que passaram a percorrer as ruas da capital.

Desde o final da década de 40, esse grupo é responsável pela coleta de quase 60% do lixo da cidade do Cairo. Para isso eles não recebem nada do governo e sobrevivem da venda, principalmente, de plástico e papelão para fábricas de reciclagem.

Apesar das dificuldades, a população da Cidade do Lixo não se incomoda com o título do lugar onde moram. Muitos, ao contrário, possuem uma identificação e sentimento de pertencimento tão forte com o lixo que continuam vivendo no local mesmo quando já possuem condição financeira de se mudar para outra região.

Inspirados por essa relação, os fotógrafos Klavs Bo Christensen e Alexander Heilner registraram com suas lentes as imagens desse povo, que permanece isolado do mundo enquanto limpam a sua sujeira.

Estive meditando nesta matéria, que achei por acaso no portal do MSN, e cheguei a uma analogia muito interessante, entre os cristãos de Zabaleens e o que Cristo faz, através de sua Igreja.

Como o povo de Zabaleens faz na cidade do Cairo, com tudo que a população não quer, e joga fora. O Senhor nos usa, para fazer um saneamento espiritual. Ele busca aquela parte da sociedade, que é conhecida como lixo humano, e que, na maioria das vezes foi excluída, deixa a igreja como fiel depositaria, até que sejam tratados, reciclados, e transformados em novas criaturas.

Sempre que é feita uma reciclagem, sobram resíduos, no caso espiritual, eles podem ser espíritos maus, demônios, maldições, e tudo mais que satanás mistura a nossas almas através do pecado. Os Zabaleens como cristãos autênticos, sabem o exemplo do Mestre, narrado nas escrituras, na passagem do endemoninhado gadareno, os resíduos acumulados são atirados aos porcos.

Como os Zabaleens, Jesus não cobra nada por este serviço, é tudo de graça. A igreja, usada como ferramenta, tem o privilégio de estar ao seu lado, e expandir o seu reino por meio das almas reconciliadas.

Como os Zabaleens, Deus e a igreja, permanecem isolados do mundo, enquanto limpam sua sujeira.

Encontrei esta matéria no MSN VERDE, achei muito interessante. Que o povo de Deus sempre foi muito maltratado no Egito não é novidade nenhuma. Desde o cativeiro, na época dos faraós, e sua libertação, pelas mãos de Deus através de Moises, até os dias de hoje, com o domínio muçulmano, nossos irmãos nunca tiveram vida boa naquelas terras. No entanto temos uma promessa de Deus, em Is 19:25 “Porque o SENHOR dos Exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança.”

Naquele que nos transforma.
Amarildo.

Um comentário:

  1. Muito forte essa reportagem. Confesso ficar confusa em meio a meus pensamentos e sentimentos, chegou mesmo a não saber ao certo como interceder.
    Puxa como existem coisas no mundo a fazer... Tínhamos, acho, que ter pressa em levar a Palavra de Vida as pessoas, mas a Palavra sem a consolidação se torna frágil, ou não?!
    No entanto a Palavra deve ser levada com a ação, pois quanta coisa precisa ser mudada, não só nesse lugar, mas pelo mundo a fora.
    Ah meu amigo, como somos fracos e falhos...

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